31.3.11

Américo Lopes de Oliveira

No centenário do nascimento do escritor e jornalista Américo Lopes de Oliveira (1911-2003), carismática figura das letras, lembramos a sua vida e obra.

"Américo Lopes de Oliveira Nasceu em Lisboa em 31 de Março de 1911. Completou o curso liceal entre 1929 e 1932. Foi funcionário da Caixa Geral de Depósitos e cursou a Escola dos CTT onde desempenhou vários serviços: chefe de turno, serviços de secretaria, instrutor para candidatos a OPR, aposentando-se como 2º oficial a 21 de Janeiro de 1959. Cursou Ciências Físico-químicas na Universidade Clássica de Lisboa. Foi bolseiro do Governo Espanhol, do Curso de Jornalismo, na Universidade Internacional Menendez Playo, de Santander (1957-1959).

Colaborou, desde muito novo, em jornais, revistas e fez parte de diversas redacções: Flama, Diário de Lourenço Marques, Correio do Minho, O Primeiro de Janeiro, Novidades, etc. Deslocou-se, por diversas vezes, ao estrangeiro como "enviado especial" das redacções por onde passou ou a convite dos Governos, onde percorreu quase toda a Europa, África, América do Sul.

A. Lopes de Oliveira destacou-se ainda em programas de rádio. Na Rádio Renascença tinha os programas da sua autoria: "Panorama Radiofónico" e "Dilatando a Fé" e o "Império". Nas rádios locais destacou-se na Rádio Montelongo (Companheiros da Noite; Letras e Artes; Conversas da Arcada) e Rádio Clube de Fafe (Fim de semana).

Participou, no país e no estrangeiro, em congressos, encontros, colóquios. Participou na assembleia magna, da Real Academia Galega, da Corunha, em Braga, em 1955 e 1957. Fez parte, não só como colaborador, mas como redactor, da volumosa obra Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, ao lado dos reconhecidos António Sérgio e Manuel Mendes, entre outros, e ainda da Enciclopédia Ultramarina e no Dicionário da História da Igreja em Portugal.

Em 1979 veio viver para Fafe, a convite do presidente da Câmara da altura, Parcídio Summavielle, para escrever a primeira monografia sobre o concelho. Em 1983 foi instituído um prémio bienal com o seu nome, o qual era subsidiado por si e pela Câmara Municipal de Fafe, inicialmente para o género de ficção e monografia e, posteriormente, para a modalidade Estudos histórico-sociais.

Foi sócio-correspondente da Real Academia da Corunha: delegado do nosso país da Academia Mondiale degli Artisti e Professionsti, de Roma (Itália); Conselheiro Nacional de Honra da Confederazione Generale Italiana Professionisti e Artistici, de Roma; membro do Centro Internacionale per Scambi Culturali e Artistici, de Roma; conselheiro de Honra e correspondente do Instituto Fernando el Católico, de Saragoça (Espanha).

Foi distinguido com a Medalha de Prata de Mérito Concelhio, em 1986, numa cerimónia que decorreu nos Paços do Concelho, no âmbito das comemorações do 25 de Abril. Faleceu em 2003, em Fafe."

Informação retirada com os devidos créditos do site desenvolvido no âmbito do Estágio Profissional de Carina Faria, na Biblioteca Municipal de Fafe, para divulgar e disponibilizar a vida e a obra de A. Lopes de Oliveira. Porque “a disponibilização deste espólio é fundamental para a preservação da memória, da história, da cultura e do património local.”

27.3.11

Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa


O Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa tem como objectivo central o de premiar e divulgar publicamente cidadãos portugueses que se tenham distinguido pelo seu papel empreendedor, inovador e responsável no contexto das respectivas sociedades de acolhimento e que constituam exemplos de integração efectiva nas correspondentes economias e de estímulo à cooperação entre Portugal e os respectivos países de acolhimento.


São destinatários do Prémio cidadãos portugueses que, na data da candidatura, residam no estrangeiro há mais de cinco anos. No âmbito de uma parceria entre a COTEC e a TAP Portugal, os participantes do Encontro do Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa 2011, que decorre a 8 de Junho, poderão usufruir de condições especiais na viagem para Portugal.


Para mais informações: http://www.cotecportugal.pt/diaspora/

Fonte: Cultdigest

8.3.11

Mulheres do Séc. XIX em Fafe

Fotografia de Manuel Meira
Dedicamos o "Documento do Mês" às mulheres, que, tendo vivido numa sociedade dominada pela(s) figura(s) masculina(s), contribuiram para mudar o curso da história.

D. Felismina Summavielle

Pessoa muito estimada e conhecida em Fafe e outras terras, soube, com a sua mãe e persistência, fundar e elevar o famoso Hotel Central, vulgarmente conhecido por «Hotel de Felismina», onde se serviam os apreciados pão-de-ló e vitela de Fafe, além dos capitosos vinhos de Basto.
O Hotel Central era frequentado assiduamente por pessoas influentes como, por exemplo, o Conde de Paçô-Vieira, decisivo na chegada do comboio a Fafe, em 1907.
Era irmã do «brasileiro» António Summavielle e de Margarida Summavielle, mãe do Dr. José Summavielle Soares. Faleceu em 28 de Setembro de 1922, com 69 anos, tendo fechado o caixão o seu sobrinho Dr. José Summavielle Soares. Em 1924 faleceu, com 80 anos o seu marido António da Silva e Castro, como relata o jornal O Desforço a 23 de Outubro.

Texto e desenho de Luís Gonzaga Ribeiro Pereira Silva in ‘Fafenses nascidos no séc. XIX’ (Fafe: 2010, 2.ª edição).


D. Georgette D’Anthonay Villas Boas

D. Georgette d’ Anthonay Villas-Boas era filha do cônsul francês em Manaus, capital da Amazónia, onde casou em 1900 com o opulento «brasileiro» José Cândido Ferreira Villas-Boas, de Medelo, emigrado naquela longínqua cidade.
D. Georgette enviuvou em 1925, tendo-se radicado em Fafe; era vulgarmente conhecida por «Madame do Soeiro».
Embarcou para Manaus, diz O Desforço de 26 de Outubro de 1931, tendo regressado em Junho de 1932. (…)
O ex-cônsul francês em Manaus, Barão d’ Anthonay e sua esposa Baronesa d’ Anthonay, estiveram em Medelo, de visita à sua filha D. Georgette, e regressaram a França encantados com Portugal, relata O Desforço de 16 de Agosto de 1956. Regressaram no ano seguinte, no mês de Julho, para passar aqui um mês.
No dia 30 de Maio de 1973, D. Georgette, a «Madame de Soeiro», fez 91 anos. Era uma senhora bondosa e compreensiva; quando o ano agrícola era mau, perdoava aos seus caseiros o que estivesse em falta; de uma forma geral, foi benemérita dos Medelenses.
Faleceu na sua Casa do Soeiro, no dia 15 de Setembro de 1973.

Luís Gonzaga Ribeiro Pereira Silva in ‘Fafenses nascidos no séc. XIX’ (Fafe: 2010, 2.ª edição).


Prof.ª Francisca Ribeiro Leite

Francisca Ribeiro Leite fundou, por volta de 1915,uma Escola Primaria particular, que funcionou durante mais de 50 anos, na qual ensinava os alunos da 1.ª, 2.ª e 3.ª classes, sendo a 4.ª e 5.ª classes ministradas pelo professor João de Oliveira Frade, que chegou a ser Administrador do Concelho em 1912, tendo sido nomeado em 1914 membro do Conselho de Assistência Escolar. O professor Frade era também professor e secretário da escola Primária Superior, a partir da sua função, no ano lectivo de 1919/1920.
A escola de Francisca Ribeiro Leite era frequentada pelos filhos das famílias mais distintas de Fafe e funcionava no 1.º andar da casa do seu primo e padrinho, José António Dantas Guimarães, esquina da Rua Machado dos Santos (actual R. João XXIII). (…)
Francisca Ribeiro Leite (…) nas suas horas vagas, dedicava-se à pintura a óleo, nomeadamente pintura a óleo sobre seda, técnica geralmente utilizada em trabalhos de índole religiosa que lhe eram muitas vezes solicitados.
Faleceu em 24 de Maio de 1976, com 90 anos, estando sepultada, tal com os outros membros da sua família já falecidos, no jazigo de José António Dantas Guimarães e sua esposa Francisca de Jesus Leite, no cemitério municipal de Fafe. (…)

Texto e desenho de Luís Gonzaga Ribeiro Pereira Silva in ‘Fafenses nascidos no séc. XIX’ (Fafe: 2010, 2.ª edição).

D. Laura Soares D’Oliveira Summavielle

Laura Soares d’Oliveira Summavielle, esposa do Dr. José Summavielle Soares, teve 4 filhas, Laura, Maria Margarida, Alice e Soledade, e 6 filhos, José, João, Miguel (falecido com 30 anos), Luís, Fernando e Elísio Summavielle Soares. Era muito amiga dos pobres, gostava de gracejar e de fazer a sua quadra.
Da sua pedreira de Pardelhas, foi a pedra toda para acabar a Igreja Nova, parada desde 1900.
Faleceu em 14 de Abril de 1971, com 92 anos, mas ainda lúcida; era expansiva, comunicativa, alegre.
O seu funeral foi grandioso.
O Desforço, anunciou para o dia 9 de Novembro de 1961, pelas 21 horas, no Teatro Cinema, uma sessão de propaganda eleitoral democrata, presidida pela sua filha D. Laura Summavielle Matos, viúva do Dr. Maximino Matos, falecido mais de 3 anos antes.

Luís Gonzaga Ribeiro Pereira Silva in ‘Fafenses nascidos no séc. XIX’ (Fafe: 2010, 2.ª edição).